A Unicamp recebeu 77.760 inscrições para o vestibular 2016, segundo dados divulgados na tarde desta quinta-feira (17) pela comissão responsável pela organização do processo seletivo (Comvest). De acordo com a instituição, este é o sétimo ano consecutivo em que há recorde na quantidade de candidatos e houve alta de 0,8%, no comparativo com o total registrado em 2014.

Segundo a comissão, medicina é a carreira mais concorrida nesta edição do vestibular – são 220 concorrentes por vaga oferecida. Entre os outros nove cursos mais disputados na Unicamp estão arquitetura e urbanismo (115 c/v), engenharia civil (54 c/v), comunicação social-midialogia (51 c/v), engenharia química – integral (46 c/v), ciências biológicas – integral (46 c/v), engenharia de produção (38 c/v), geologia (33 c/v), engenharia mecânica (29 c/v) e história com 27 (c/v). Clique aqui para conferir a relação completa de inscritos por curso oferecido.

Em relação ao total de inscritos, informou a Unicamp, houve aumento de candidatos que cursaram ensino médio integralmente em rede pública – o índice subiu de 26,6% para 28,1%. Além disso, também houve alta de inscrições realizadas por candidatos que se autodeclararam pretos, pardos e indígenas – foi de 18,3% para 19,4%, de acordo com a assessoria da Comvest.

Até esta edição, de acordo com a Unicamp, 5,4 mil candidatos foram beneficiados com isenção de pagamento da taxa de R$ 150. A alta equivale a 41% em relação ao total contabilizado no ano de 2014.

Cronograma

A primeira fase do vestibular será aplicada em 22 de novembro, enquanto que as avaliações da segunda etapa serão realizadas em 17, 18 e 19 de janeiro. Segundo a Comvest, as provas de habilidades específicas para os candidatos aos cursos de música irão ocorrer de quinta-feira (24) a segunda-feira (28). Já os inscritos para carreiras de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança devem fazer os exames específicos de 25 a 28 de janeiro.

Neste ano, a universidade aplicará as provas em cinco novas cidades de São Paulo, entre elas, Araçatuba, Avaré, Franca, Guaratinguetá e Osasco. Além de Brasílias (DF), também haverá aplicação do exame em mais 20  municípios paulistas, incluindo Campinas, Bauru, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Carlos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba e Sumaré.

Os locais de provas da 1ª fase serão divulgados em 31 de outubro, de acordo com a Comvest.

Atualmente, a Unicamp tem 18,6 mil alunos na graduação, além de 15,9 mil na pós-graduação.

Estrutura das provas

A Unicamp manterá nesta edição o modelo de provas aplicado no vestibular 2015. Na primeira fase, os candidatos terão 90 questões de múltipla escolha nas disciplinas de língua portuguesa e literatura, matemática, história, geografia, sociologia, filosofia, física, química, biologia e inglês, além de perguntas interdisciplinares.

Em relação à segunda etapa, os exames serão divididos em três dias: redação (dois textos), língua portuguesa e literaturas de língua portuguesa no primeiro; história (incluindo filosofia), matemática e geografia (incluindo sociologia) no segundo; além de química, física e biologia no terceiro dia do processo.

Mudança em bônus

Diante da necessidade de alcançar índice de 50% para matriculados oriundos da rede e 35% de autodeclarados pretos, pardos e indígenas até 2017, conforme meta estipulada pelo governo do estado, o Conselho Universitário (Consu), órgão máximo de deliberação da Unicamp, aprovou mudanças no Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (Paais).

Neste ano, os candidatos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas da rede terão acréscimo de 60 pontos às notas da primeira fase. Além disso, estão previstos mais 20 pontos aos estudantes que se autodeclararem pretos, pardos ou indígenas durante a inscrição e que tenham cursado o ensino médio integralmente em unidades públicas.

Na segunda fase, os candidatos oriundos de escolas da rede terão bônus de 90 pontos na prova de redação e outros 90 nas provas dissertativas. Já os autodeclarados pretos, pardos ou indígenas recebem acréscimo de mais 30 pontos em cada uma das avaliações.

Bonificação anterior

Antes das mudanças aprovadas, o Paais estabelecia bônus de 60 pontos somente após a segunda fase, no caso de candidatos de escola pública, além de mais 20 pontos para os estudantes autodeclarados pretos, pardos ou indígenas e que estudaram na rede.

Mudança

As matrículas realizadas por alunos que estudaram integralmente em rede pública no ensino médio caíram 21,4% no vestibular 2015, em relação ao exame anterior. Este foi o menor número absoluto em sete anos.

A Comvest, por outro lado, alegou que houve diminuição percentual de candidatos das escolas públicas que se candidataram à prova – passou de 27,7% para 26,6% -, e frisou que a série histórica desde 2008 apresenta um perfil de aumento da porcentagem de alunos matriculados em relação à quantidade de inscritos no vestibular da Unicamp.